quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

(by Quem) "Tropa de Elite" leva Urso de Ouro no Festival de Berlim

Em coletiva de imprensa para falar sobre o Urso de Ouro no Festival de Berlim, diretor diz que "apontar o filme como fascista é uma ignorância"


'Meu filme não tem nenhum partido político. Dizer que ele é fascista é uma grande bobagem.' Não demorou para José Padilha, diretor de Tropa de Elite, imprimir tom polêmico à entrevista dada para a imprensa por conta do prêmio recebido pelo longa-metragem no Festival de Cinema de Berlim. O diretor se referiu diretamente às críticas das revistas americanas Variety e Hollywood Report.

Ao lado de parte do elenco - Wagner Moura, o protagonista, não estava presente -, José Padilha agradeceu o apoio de todos e a repercussão de seu filme em território brasileiro e aproveitou a oportunidade para defender o cinema nacional: 'Ganhar esse prêmio é uma vitória do cinema brasileiro por vários sentidos e motivos. Mas se não existisse o Cidade de Deus, o Tropa de Elite não existiria. É muito difícil comparar qualquer filme com o Cidade de Deus. O filme fez um sucesso incrível e provou que as pessoas pensam. Isso se repetiu no Tropa. A gente engajou o público com a emoção e fez também uma crítica social.'

COM A PALAVRA, AS ATRIZES

Para Maria Ribeiro, que acompanhou a trajetória de Tropa durante o festival alemão, o clima de comemoração continua: 'Receber o Urso de Ouro foi emocionante. Depois que a gente soube da vitória, saímos para jantar e estamos comemorando até agora'.

Fernanda Machado, por sua vez, defendeu a veia social da produção, fazendo coro a José Padilha contra o rótulo de fascista: 'O Tropa, mais que tudo, foi uma provocação no sentido social. Mostra e desmascara muita coisa. Eu mesmo me surpreendi. É um filme muito corajoso e provocativo'.

Por conta do prêmio, Tropa de Elite será relançado nos cinemas dia 22 no Rio, São Paulo e Brasília. O filme chegou às locadoras no dia 26 de fevereiro com uma tiragem inicial de 150 mil cópias.


fonte: revista Quem

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

"Tropa" conquista Berlim (by IstoÉ Gente)

O filme brasileiro Tropa de Elite ganha o prêmio máximo no festival de Berlim, na Alemanha

Dois dias depois de receber o Urso de Ouro, prêmio máximo do Festival de Berlim, o cineasta José Padilha exibia evidentes olheiras durante a coletiva na Paramount Pictures, no Rio, na segunda-feira 18. O cansaço estampado no rosto denunciava as comemorações desde a vitória do filme Tropa de Elite em um dos festivais mais importantes do mundo, além das longas horas de entrevistas e viagens enfrentadas pelo diretor.

Apesar do cansaço, Padilha não deixou de esbanjar bom humor. “Essa estatueta está pesada, deve ser de ouro mesmo”, disse, enquanto posava para fotos ao lado do produtor Marcos Prado e de atores do filme como Maria Ribeiro, Fernanda Machado e Caio Junqueira. A atriz Fernanda de Freitas também entrou na brincadeira: “Me chama quando você for derreter o Urso.” Piadas à parte, o troféu já tem dono: “Gente, agora eu tenho que ir para casa para devolver o Urso para o meu filho brincar. Ele não gostou nada de eu tê-lo trazido para cá”, contou o diretor, cercado por seu elenco, com exceção do protagonista Wagner Moura. O ator não pôde festejar com os colegas porque estava em São Paulo ensaiando a peça Hamlet.O diretor José Padilha (de camiseta branca, ao centro) reúne elenco para comemorar a conquista do prêmio: André Ramiro, Caio Junqueira, Fernanda Machado, Maria Ribeiro, Marcos Prado (produtor) e Fernanda de Freitas

Polêmica
Não só no Brasil o longa-metragem foi alvo de polêmica. No Exterior, Tropa de Elite também foi cercado de burburinho. Na Europa e nos Estados Unidos houve críticas positivas, mas também negativas como as do jornal francês Le Monde e da revista americana Variety, que chegou a tachar a produção de fascista. Padilha abordou a questão com seriedade. “Vai no dicionário, lê o significado do termo fascismo, assiste ao filme e você vai ver que quem está dizendo isso está errado”, disse. Em seguida, foi irônico. “Liga para o Costa-Gavras e pergunta para ele se o filme é fascista”, disse, referindo- se ao cineasta grego e presidente do júri do festival alemão.

Padilha também lamentou o fato de ser sempre obrigado a falar sobre os temas polêmicos da produção. “O problema da violência urbana é um problema de violência urbana. Não é do filme Tropa de Elite”, afirmou.

Cidade de Deus, Notícias de uma Guerra Particular, Carandiru, todos esses filmes são amigos do Brasil no sentido de que expõem problemas do País e pressionam a classe política a fazer alguma coisa”, completou. Sobrou pouco tempo para o cineasta falar de amenidades, como a surpresa em vencer o prêmio que em 1998 foi destinado a Central do Brasil, de Walter Salles. “Só de estar na competição já era maravilhoso. Fomos para Berlim sem nenhuma expectativa”, contou o diretor, que nas horas vagas aproveitou para tomar cerveja alemã e conhecer os museus locais. Ao fim da coletiva, Padilha foi cercado por repórteres afoitos por mais declarações, e gentilmente os dispensou. Ele queria finalmente ter seu mais que merecido descanso.


fonte: IstoÉ Gente
data: 19.02.2008

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Festival de Berlim consagra cinema brasileiro

O filme brasileiro Tropa de Elite, de José Padilha, ganhou o Urso de Ouro na 58ª edição do Festival de Berlim, um prêmio que reconhece mais uma vez o cinema nacional.

O filme, baseado no livro Elite da Tropa, narra o cotidiano da Polícia Militar do Rio de Janeiro, especialmente o do grupo de elite da corporação, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), partindo da ótica de um dos policiais.

O longa parte dos preparativos para a visita que o papa João Paulo II faria ao Rio de Janeiro em 1997 e da "operação limpeza" implementada devido à intenção do pontífice de ficar, durante sua estadia, na casa do cardeal-arcebispo, perto do Morro do Turano.

Tropa de Elite é narrado por um dos policiais encarregados da missão, o capitão Nascimento, e mostra a entrada dos aspirantes Neto e Matias na corporação.

Apesar de ter provocado polêmica ao ser exibido em Berlim, o filme agradou ao júri, presidido pelo grego Constantin Costa-Gavras, e levou o máximo prêmio do festival.

Padilha disse no dia 12 que o sucesso do filme se deve em parte ao fato de que até agora "nenhum longa-metragem tinha falado da guerra das favelas do lado de dentro da corporação".

O diretor destacou que a novidade do filme não está somente na retratação dos policiais, mas sim na "demonstração de que não é uma guerra exclusiva" entre agentes e traficantes de drogas.

"Mostra também parte da culpa das classes média e alta, que consomem maconha e cocaína, financiando assim a guerra, mas que contam com dinheiro suficiente para subornar quem quer que seja para não serem presos", afirmou.

Antes de Tropa de Elite, o filme Central do Brasil havia sido premiado com o Urso de Ouro e o Urso de Prata de Melhor Atriz para Fernanda Montenegro, em 1998.

O documentário Standard Operating Procedure, de Errol Morris, ganhou o Urso de Prata, ou Grande Prêmio do Júri.

O filme, primeiro documentário em competição na história do Festival de Berlim, reconstrói, através das fotografias de torturas a presos iraquianos em Abu Ghraib e de testemunhos, o caso que escandalizou o mundo.

Apesar da tentativa de ser uma denúncia, o filme foi recebido pela crítica como um produto fracassado, dando mais atenção às declarações - e justificativas - dos soldados torturadores que às vítimas.

O Urso de Prata de Melhor Diretor foi para Paul Thomas Anderson - que ganhou o Urso de Ouro em 2000 por Magnólia -, por outro filme de claro conteúdo político, Sangue Negro.

O longa narra o nascimento da indústria do petróleo, em um capitalismo corrupto e corruptor, e se escora na ótima interpretação de Daniel Day-Lewis, que encarna a falta absoluta de escrúpulos.

O Urso de Prata de Melhor Atriz foi para Sally Hawkins, por Happy-Go-Lucky, de Mike Leigh. Ela interpreta uma jovem empenhada em propagar a felicidade como antídoto da amargura.

O prêmio de Melhor Ator foi para o iraniano Reza Najie, pela interpretação de um aflito pai de família no filme Avaze Gonjeshk-ha (The Song Of Sparrows), de Majid Majidi.

O filme mexicano Lake Tahoe, de Fernando Eimbcke, ganhou o prêmio Alfred Bauer, em memória do fundador da Festival de Berlim e em reconhecimento às novas perspectivas do cinema.

O longa narra a história de um rapaz de 16 anos que percorre a cidade tentando trocar um automóvel enquanto tenta superar a dor pela morte de seu pai.

O Festival de Berlim deste ano, considerado o mais popular e acirrado de sua história, chega ao fim com o reconhecimento ao cinema brasileiro.

O curta Café com Leite, de Daniel Ribeiro, já havia recebido o prêmio Geração 14plus, uma das seções do festival, e o curta Tá, de Felipe Sholl, recebeu um dos prêmios Teddy, concedidos às melhores produções de temática homo.

fonte: Terra

Veja também no Terra:
* "Esse prêmio é de todo mundo", diz diretor de 'Tropa de Elite'
* Padilha diz que prêmio é vitória para diretores "comprometidos"
* Prêmio a 'Tropa de Elite' é visto como desforra após críticas
* 'Tropa de Elite' garante tradição de premiações em Berlim
* "'Tropa de Elite' tem qualidades extraordinárias", diz Lula
* Premiação de 'Tropa' é destaque na imprensa internacional


(clique na imagem para ler o texto)

fonte: O Dia Online

sábado, 16 de fevereiro de 2008

'Tropa de Elite' ganha Urso de Ouro em Berlim

Filme de José Padilha ganhou prêmio máximo no festival de cinema


O filme brasileiro "Tropa de Elite" venceu o prêmio principal do Festival de Cinema de Berlim, neste sábado (16), levando o Urso de Ouro de melhor filme.

O diretor norte-americano Paul Thomas Anderson foi premiado com o Urso de Prata de melhor diretor, por "Sangue negro" - filme com oito indicações para o Oscar (assista ao trailer mais abaixo). Ao receber o prêmio, Anderson agradeceu ao ator Daniel Day-Lewis que, segundo ele, "faz com que qualquer diretor pareça um bom diretor".

É o primeiro prêmio de grande relevância que "Tropa de Elite" recebe em sua carreira cinematográfica. O filme, que perdeu a indicação brasileira ao Oscar para "O ano em que meus pais saíram de férias", não despontou como favorito no dia de sua exibição - houve problemas na tradução das expressões que marcaram o filme. A platéia do festival não demonstrou empolgação e poucos textos favoráveis surgiram na imprensa. A publicação "Variety" fez uma crítica dura ao filme. Próximo do anúncio dos vencedores, no entanto, "Tropa de elite" começou a ser lembrado em listas de possíveis candidatos ao Urso de Ouro.

Duas horas antes do anúncio da premiação, o diretor José Padilha havia dito que tinha "expectativa zero" sobre o Urso de Ouro. Ao receber o prêmio, ele se mostrou bastante emocionado e agradeceu ao presidente do júri do Festival de Berlim, o diretor grego Costa-Gavras. "É difícil expressar sentimentos em qualquer língua. Costa-Gavras é um herói para todos na América Latina, por todos os filmes que já fez."

Sobre as críticas de que o filme veicula idéias de extrema-direita, ele afirmou que foi "mal-interpretado": “Eu queria explicar como o estado corrompe os policiais e os incita à violência”.

A vitória acontece exatamente dez anos depois que o brasileiro "Central do Brasil", de Walter Salles, também ganhou o Urso de Ouro em Berlim e Fernanda Montenegro, o Urso de Prata de melhor atriz.

"Tropa de Elite", dirigido por José Padilha (que tem no currículo o documentário premiado "Ônibus 174") e estrelado por Wagner Moura, André Ramiro e Caio Junqueira, entre outros, conseguiu notoriedade ao se tornar um sucesso inicialmente no mercado pirata de DVDs. Estima-se que mais de 10 milhões de pessoas tenham assistido à versão não-oficial da produção. Nos cinemas, a produção já ultrapassou os 2 milhões de espectadores.

Apesar de ter sido chamado de "fascista" e de glorificar a tortura por parte de críticos e de entidades como o grupo Tortura Nunca Mais, "Tropa de Elite" conquistou o seu prêmio em Berlim muito por conta do presidente do júri, Costa Gavras, um cineasta conhecido por abordar temáticas políticas e engajadas, como "Missing - Desaparecido", sobre vítimas da ditadura de Augusto Pinochet no Chile.

O Brasil também foi premiado outras quatro vezes na Berlinale. "Café com leite", de Daniel Ribeiro, foi melhor curta-metragem da Mostra Geração, focada em produções com crianças ou adolescentes como personagens principais. Já o curta-metragem "Tá", de Felipe Sholl, recebeu o Teddy Award, dedicado a filmes com temáticas do universo gay. "Mutum", de Sandra Kogut, recebeu menção especial do júri.

...

A 58º edição do Festival de Cinema Berlim recebeu críticas severas, como a ausência de novos talentos e a presença de cineastas consagrados sem inspiração. A mostra oficial, que teve pela sétima vez Dieter Kosslick como diretor artístico, decepcionou a maior parte da crítica.

(clique nas imagens para ampliá-las)

fonte: Globo.com



Imprensa internacional destaca prêmio de 'Tropa de Elite'

Filme brasileiro ganhou o Urso de Ouro como melhor filme no Festival de Berlim. 'El País' define longa como 'retrato da corrupção e da violência policial nas favelas do Rio'

A premiação de “Tropa de Elite” como melhor filme no Festival de Berlim repercutiu na imprensa internacional.

O jornal espanhol “El País” destacou, em sua página na internet, o prêmio Urso de Ouro para o longa brasileiro.

“O filme de Padilha é um retrato da corrupção e da violência policial nas favelas do Rio de Janeiro, centrada em um grupo especial de elite que participa de uma operação limpeza para a visita do Papa João Paulo II, em 1997”, definiu o “El País”, que colocou uma foto do diretor, José Padilha, com o troféu.

É o primeiro prêmio de grande relevância que "Tropa de Elite" recebe em sua carreira cinematográfica. O filme, que perdeu a indicação brasileira ao Oscar para "O ano em que meus pais saíram de férias", não despontou como favorito no dia de sua exibição - houve problemas na tradução das expressões que marcaram o filme.

A premiação também é anunciada na página do francês “Le Monde”, do alemão “Spiegel” e do jornal italiano “Corriere Della Serra”. “O filme conta a influência do tráfico em uma favela do país e de um grupo especial corrupto”, define o "Corriere Della Serra".

fonte: Globo.com




'A equipe não esperava', diz co-roteirista de 'Tropa de Elite' sobre prêmio

Filme ganhou o Urso de Ouro como melhor filme no Festival de Berlim.
Rodrigo Pimentel disse que filme estréia nos EUA no fim de março.

Um dos roteiristas de “Tropa de Elite”, o ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) Rodrigo Pimentel disse neste sábado (16) que o prêmio do Festival de Berlim como melhor filme pegou a equipe de surpresa.

“Eu vou confessar que a equipe não esperava essa premiação, em função da reação do público. Mas estão todos felizes, comemorando demais, ligando para toda a equipe do Brasil, ”, disse, em entrevista à GloboNews.

Pimentel acrescentou que o "Urso de Ouro" é uma conquista também dos brasileiros. "Eu fiquei surpreso. A primeira reação do público me deixou preocupado. O público europeu é mais sensível à questão da violência, o filme de fato é violento, mas eu estou muito feliz, é uma conquista pra todos nós, para todos os brasileiros"

O ex-capitão do Bope afirmou que havia uma preocupação de que o filme fosse prejudicado pela projeção, que teve legendas em alemão e foi narrado em inglês, francês e espanhol por meio de fones de tradução simultânea.

“Essa era nossa preocupação, que isso tivesse afetado a escolha, mas pelo visto não atrapalhou. O filme foi mais forte que a própria tradução, as imagens, mais chocantes. Acho que foi isso que determinou”, disse.

Pimentel também é co-autor do livro “Elite da tropa”, que deu origem ao longa.

Segundo Pimentel, “Tropa de Elite” deve estrear nos Estados Unidos, em circuito comercial, entre o final de março e o início de abril.

“Ele começa com um número razoável de cópias e saindo do circuito cult, vai para o circuito comercial. A gente espera que o filme seja visto no exterior como um filme comercial, não em salas especializadas para cinéfilos. A gente espera que o filme ganhe o mundo, esse é o nosso desejo hoje”.


fonte: Globo.com

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Elenco lança 'Tropa de Elite' em Berlim

O diretor José Padilha sacudiu nesta segunda-feira o Festival de Berlim com o filme Tropa de Elite, uma imersão na guerra das favelas a partir da perspectiva policial, onde se fundem a denúncia social e a identificação com agentes que combatem a violência com mais violência e alimentam a espiral de corrupção.

A produção chegou ao festival envolvida na polêmica de até que ponto o filme justifica a brutalidade policial na luta contra as facções de traficantes que controlam as favelas do Rio de Janeiro.

Tropa de Elite começa com os preparativos para a visita que o papa João Paulo II faria ao Rio de Janeiro em 1997, e a "operação limpeza" implementada devido à intenção do pontífice de ficar, durante sua estadia, na casa do cardeal-arcebispo, perto do Morro do Turano.

A câmera de Padilha se transforma na sombra dos oficiais encarregados da missão, que fazem parte do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) do Rio de Janeiro, e especificamente de três de seus personagens - o capitão Nascimento e os aspirantes Neto e Matias.

A partir desta perspectiva, narra tanto a batalha contra os grupos fortemente armados que controlam as favelas do estado como contra a própria corrupção policial. "No Brasil, temos uma Polícia corrupta, que mata e extorque e a qual o povo odeia", disse o diretor, deixando claro seu distanciamento em relação a uma corporação que entra nas comunidades sob o lema "atirar primeiro para perguntar depois".

"Só no Rio, em um ano, houve mais mortos por violência policial que na última Intifada", ressaltou. Mais dados: nos Estados Unidos cerca de 200 pessoas morrem por ano por causa da violência policial, enquanto no Rio o número sobe para 1,2 mil.

Isso não quer dizer, no entanto, "que as facções que controlam as favelas não sejam tão ou mais brutais, independentemente de que entendamos o porquê de essa violência se originar, e que dentro das favelas mesmo as ONG precisem pactuar com eles (os traficantes)".

É um círculo vicioso, disse Padilha, no qual a brutalidade dos grupos e a corrupção policial se alimentam mutuamente e no qual um idealista que deseje mudar a sociedade, como o aspirante Matias, se depare com um sistema que gera e multiplica violência.

Os propósitos de denúncia do diretor ficaram claros, mas não os resultados. Tropa de Elite é um filme que, antes de chegar às salas de cinema do Brasil, já havia sido visto por 11,5 milhões de brasileiros, devido a uma extraordinária disseminação de cópias piratas.

"É um fato sem precedentes, que prejudica a produção, mas que ilustra até que ponto havia sede por vê-la", disse o diretor. Padilha também é autor do documentário Ônibus 174, sobre a história real do seqüestro de um ônibus no Rio de Janeiro, contada de uma perspectiva diferente, procurando evidenciar o contexto que levou o jovem seqüestrador a cometer o crime.

De acordo com o cineasta, Tropa de Elite pretende, sobretudo, "convidar" à reflexão sobre esse círculo vicioso.

O resultado, no entanto, é um filme magistralmente filmado, com um certo pulso de documentário, que deixa no ar a sensação de que as ações dos agentes do BOPE se justificam, exaltando, algumas vezes, a violência policial.

A imersão de Padilha nas favelas foi dividida no festival com uma temática bem distinta: a feita por Doris Dörrie sobre uma família tipicamente alemã em Kirschblüten ¿ Hanami, primeiro representante da Alemanha na mostra.

Se Tropa de Elite deixa o espectador mergulhado por imagens e eventos, Dörrie faz com que o público entre em um mundo onde o tempo passa no ritmo em que as cerejeiras florescem.

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fonte: Terra



Elenco lança 'Tropa de Elite' em Berlim


Wagner Moura e Maria Ribeiro, que fazem parte do elenco de Tropa de Elite, chegaram a Berlim para fazer o lançamento do filme ao lado do diretor José Padilha. O sucesso de bilheterias estréia no tradicional festival da cidade nesta segunda-feira.

Ao desembarcar, os três se dirigiram à sala oficial do festival, no centro de Berlim, onde apresentaram o longa-metragem para jornalistas de diversos países e responderam perguntas que não só tinham relação com o trabalho na produção como também com a realidade social no Brasil.

Tropa de Elite concorre ao Urso de Ouro na mostra competitiva ao lado de filmes como Lake Tahoe, do mexicano Fernando Eimbcke, que foi elogiado durante sua exibição neste domingo. A primeira sessão da produção brasileira é no Berlinale Palast, sede do evento, às 16h.

No último final de semana, Tropa de Elite foi anunciado nos jornais internacionais como um novo Cidade de Deus. José Padilha chegou a ser citado pela Screen Magazine como o 'dono de um fenômeno cinematográfico'.

Além de Tropa de Elite, o Festival de Berlim exibe mais dois filmes da mostra competitiva ainda nesta segunda-feira: o alemão Kirschblüten ¿Hanami, de Doris Dörrie e o chinês Man Jeuk, de Johnnie To.

O anúncio dos prêmios oficiais acontece no próximo sábado, junto com uma cerimônia formal. Tropa de Elite discute a legalização das drogas por meio da história de um capitão do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) que busca um substituto para combater o tráfico nas favelas do Rio de Janeiro.


fonte: Terra




Critica se divide após sessão de 'Tropa de Elite' em Berlim

Estréia desta segunda-feira no Festival de Berlim, o filme Tropa de Elite dividiu a opinião da critica em uma sessão turbulenta, com atrasos na tradução simultânea feito para jornalistas que falavam inglês. Para a revista Variety, por exemplo, a produção é fascista por tentar promover a violência. A Screen Daily, porém, ressaltou que o filme é bem executado, energético e "assistível".

Na sessão internacional, a comparação com Cidade de Deus foi inevitável. Muitos críticos acusam a câmera de Padilha, que age rápida e persegue os personagens por toda a trama, de ser cópia da técnica já mostrado à exaustão no filme de Fernando Meirelles.

Apesar da comentada sessão, grande parte dos especialistas ainda não se manifestaram a respeito do filme. O que se sabe até o momento, é que na exibição para os jornalistas ninguém aplaudiu o longa-metragem, o que pode ter sido graças ao final da película, considerado "chocante" por muitos.

A sessão oficial, porém, recebeu Tropa de Elite com aplausos e gritos na exibição dos créditos.

Ao se reunir com os jornalistas na manhã desta segunda-feira, o diretor voltou a comentar a legalização das drogas, apontando-a como causa da violência nas favelas.

Tropa de Elite é um dos 21 filmes que concorrem ao Urso de Ouro em Berlim.


fonte: Terra


sábado, 9 de fevereiro de 2008

'Tropa de Elite' concorre ao Urso de Ouro no Festival de Berlim


Começou quinta, dia 07, o 58º Festival de Cinema de Berlim, com o polêmico "Tropa de Elite" como o único filme representante do Brasil na mostra competitiva oficial.

Segundo informações do jornal "O Dia", o longa, dirigido por José Padilha, é um dos 26 filmes que concorre ao Urso de Ouro, um dos prêmios de cinema de maior prestígio no mundo.

Há 10 anos, desde "Central do Brasil" (1998), nenhuma produção brasileira aparecia entre os candidatos ao prêmio.

A exibição do filme será na segunda-feira, 11. O ator e o diretor do filme estarão presentes.

fonte: Ego




Honra
Tropa de Elite concorre ao troféu Urso de Ouro em Berlim


Chegou a hora! Na quinta-feira (7), teve início o 58º Festival de Cinema de Berlim, Alemanha, e o longa-metragem brasileiro "Tropa de Elite" concorre ao prêmio do Urso de Ouro. O evento termina no dia 17.

O filme de José Padilha é protagonizado por Wagner Moura, Maria Ribeiro, Caio Junqueira e André Ramiro. A exibição da película acontecerá no dia 11 de fevereiro e contará com a presença de Padilha, o produtor Marcos Prado e o ator Wagner Moura.

Entre as produções que também estarão na disputa estão: There Will Be Blood, de Paul Thomas Anderson; Gardens of the Night, de Damian Harris; S.O.P.: Standard Operating Procedure, de Errol Morris; Lake Tahoe, do mexicano Fernando Eimbcke; Zuo You (In Love We Trust), do chinês Wang Xiaoshuai; o filme alemão Kirschblüten-Hanami, de Doris Dörrie; e o polonês Katyn, de Andrzej Wajda, que será exibido fora de competição.

Já como destaques fora de competição serão mostrados as películas como: o documentário Patti Smith: Dream of Life, sobre a cantora Patti Smith, e a estréia de Madonna como diretora de cinema, no filme Filth and Wisdom, ambos incluídos na mostra Panorama.

O júri internacional da mostra oficial será comandado pelo cineasta grego-francês Costa-Gavras.

A banda Rolling Stones fará a abertura do evento.

O Brasil já ganhou o Urso de Ouro e Urso de Prata em 1998, com o filme de Walter Salles, Central do Brasil, e com Fernanda Montenegro.

"Tropa de Elite" tem como tema o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. A obra retrata o dia-a-dia do grupo de policiais e do Capitão Nascimento (Wagner Moura), membros do Bope.

Nascimento quer sair da corporação e tenta encontrar um substituto para seu posto. Paralelamente, dois amigos de infância, que se tornaram policiais, se destacam em seus postos e têm o objetivo de entrar para o Bope.

Muito antes da estréia nos cinemas, o longa foi alvo de pirataria. Cópias ilegais eram vendidas nos camelôs pelo preço de R$ 10.

fonte: O Fuxico



(clique na imagem para ampliá-la)


fonte: jornal O Dia
data: 07.02.2008


terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Túnel do Tempo: Maria Ribeiro no portal Terra, em 2005

Em 2005, Maria Ribeiro brilhava na pele de Malvina, personagem do remake de "A Escrava Isaura". Destaque na trama da Record, ela concedeu a entrevista a seguir ao portal Terra, que a publicou no dia 20 de março daquele ano:

Maria Ribeiro quer interpretar Nelson Rodrigues

Sempre que não está gravando A Escrava Isaura, na qual interpreta Malvina, Maria Ribeiro pega o primeiro avião para o Rio de Janeiro e corre para os braços do filho, João, de quase dois anos. O menino é o único motivo para a atriz não pensar em mais uma personagem na Record.

Depois de participar da malfadada Metamorphoses, produzida pela Casablanca, Maria emendou A Escrava Isaura e, agora, só quer saber de curtir o filho. Mesmo assim, não esconde a satisfação com a retomada da produção de teledramaturgia na emissora. "Estamos participando de um momento histórico na tevê brasileira. Acho que só Pantanal teve um papel tão importante recentemente", empolga-se.

A condução que o autor Tiago Santiago deu a sua Malvina tem grande dose de responsabilidade sobre a alegria da atriz, que se inspirou na mãe e nas avós para compor a personagem. "Era uma época em que as mulheres eram criadas para casar e ter filhos", justifica Maria. Mas a reação de Malvina às atitudes do marido, o doentio Leôncio, vivido por Leopoldo Pacheco, pegou a atriz de surpresa. "O mais incrível é que, apesar de tudo, ela gosta muito dele e sofre quando ele se dá mal", ressalta.

Nome: Maria do Amaral Ribeiro.
Nascimento: Em 09/11/1975, no Rio de Janeiro.
Primeira aparição na tevê: "Foi num episódio do Você Decide, quando eu tinha uns 18 anos".
Momento marcante: "Todos os trabalhos que fiz com Domingos Oliveira no teatro".
Atuação inesquecível: Andréa Beltrão no espetáculo A Prova, de David Auburn.
Ao que gosta de assistir na tevê: Novelas. "Quando a novela é boa, me pega mesmo".
Ao que não assiste: "Programas de fofocas que passam à tarde. Acho um nojo".
O que gostaria que fosse reprisado: A novela Vereda Tropical, de 1984.
O que falta na tevê: "Sotaque. As produções deveriam vir de todas as partes do país, não só do Rio e de São Paulo".
Ator: Leopoldo Pacheco.
Atriz: Ana Lúcia Torre.
Com quem gostaria de contracenar: Daniel Oliveira.
Personagem dos sonhos: "Qualquer um do Nelson Rodrigues".
Mania: "Carregar muita coisa na bolsa".
Qualidade: Sinceridade.
Defeito: Ansiedade.
Vexame: "Li uma daquelas notas no jornal que dizem: 'Atriz loura namora ator da novela tal'. Tirei minhas conclusões e comentei com uma amiga: 'Não sei como fulana pode namorar aquele cara'. Só que a tal loura era ela própria".
Projeto para o futuro: "Ter mais dois filhos".


fonte: Terra data: 20.03.2005